Mas quem é você, Mariana?
- Quem é você?”, perguntou a Lagarta.
Alice respondeu, meio tímida:
- Eu… eu mal sei, senhora, neste exato momento. Pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já mudei muitas vezes desde então.”
Lewis Carroll
Pergunta de resposta em eterna transformação, mas vamos lá. Meu nome é Mariana, filha única de mãe solteira, do interior de Minas Gerais. Hoje, estou aqui na casa dos 30 e sou mãe dos dois melhores gatos do mundo e de muitas, muitas plantas.
Pequena, eu me distraía com os gibis da Turma da Mônica e com livros de medicina. A escola sempre foi meu ambiente preferido, meu ponto de ancoramento, e se deu início ao “Quero ser médica de humanos”. E ninguém me tirou isso da cabeça, desde os meus 5 anos de idade.
Sem eu acreditar (e sem quase eu sequer tentar) dia 03 de feveiro de 2012, a lista estava no jornal: entrei na centésima turma da Faculdade de Medicina da USP. Eu realizei um sonho que eu nem sonhava, pois eu não me atrevia, não era para mim.
Nos 6 anos seguintes, eu encontrei tudo que sonhei e mais um pouco- um pouco dessa paixão e também um pouco de (muitas) dificuldades. Em 2017 me formei médica e e iniciei a residência de Radiologia do Inrad HCFMUSP. 6 meses depois eu percebi que eu gostava sim de ver gente por dentro, mas não nos cortes de tomografia na tela do computador, e sim através da palavra e da escuta.
Muitas idas e vindas, plantões, estudos e em 2021 estava de volta, agora como residente de Psiquiatria do Instituo de Psiquiatria do HCFMUSP. E olha, que desafio. Com certeza, o maior da minha vida. Com certeza, o mais certeiro de todos.
E desde então, cá estou, no exato lugar em que eu deveria estar.
Sou um pouquinho dessas coisas todas aí e mais um tanto de diversas outras. Em constante crescimento e aprendizado. Com desejos e faltas.
Busco me manter conectada com a vida e o caminho que encontrei foi através das trocas e conexões humanas, reais e verdadeiras. Isso se materializa na minha biografia e também dentro do consultório de psiquiatria, em que vivencio diariamente a beleza da dança da ciência com a humanidade.





